Instituto Kundalini - Transtorno-de-Personalidade-Borderline – TPB

Do céu ao inferno em um estalar de dedos, ou vice-versa. Esta é a vida que um portador do Transtorno de Personalidade Borderline ou fronteiriço.

Apesar de ser considerada uma pré-psicose, o termo fronteiriço (do Inglês Borderline) não foi utilizado em função da alternância de estado no indivíduo entre normal e psicótico, mas sim, por conta de uma instabilidade constante de humor, emocional, impulsividade e tendência para a depressão.

O TPB é constantemente confundido com o Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar. Enquanto o Transtorno Bipolar mostram oscilações de humor que duram semanas ou meses, portadores do TPB  demonstram oscilações de minutos, horas ou dias.

Mesmo tendo sido estudado por décadas, foi somente nos anos de 1980 que o TPB foi registrado pela primeira vez no DSM-III (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais) criado pela Associação Americana de Psiquiatria.

Estuda-se que os sintomas iniciais de desenvolvam no período de transição da adolescência para a vida adulta, resultado de uma forte influência de relações familiares negativas, porém isso está longe de ser uma conclusão bem definida, pois se sabe que todas as disfunções mentais estão, de certa forma, ligadas.

Acredita-se que cerca de 6% da população sofra de algum grau de TPB, porém como seu diagnóstico é muito difícil, esta estimativa está longe de certa exatidão. O que se sabe de fato é que entre os que foram efetivamente diagnosticados, grande maioria é do sexo feminino.

Os sintomas mais comuns nos portadores de TPB são:

  • Medo de abandono – necessidade constante e até agonizante de nunca se sentir sozinho, rejeitado e sem apoio.
  • Dificuldade de administrar emoções
  • Impulsividade
  • Instabilidade de humor – depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, auto-agressividade.
  • Essas oscilações de humor incluem: Comportamento autodestrutivo – autoflagelação (se cortar, queimar, machucar). Portadores relatam que satisfazem uma necessidade irresistível de sentir dor, porque a dor no corpo “é melhor que a dor na alma”.
  • Tentativas de suicídio – Na grande maioria por impulso e não planejada.
  • Mudanças de planos profissionais e de círculo de amizade.
  • Problemas de autoestima – sentimento de desvalorização, incompreensão e vazio. Pouca visão objetiva de si próprio.
  • Desenvolvem admiração e em pouco tempo se desencantam
  • Hipersensibilidade a qualquer sensação de rejeição
  • Relacionamentos conturbados e instáveis – Rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.
  • Episódios psicóticos – mais raramente e de ordem paranoica
  • Perturbação de identidade e da percepção de si mesmo
  • Comportamento compulsivo em, pelo menos, dois aspectos (como compras, sexo, álcool, drogas, alimentação etc)

Causas e Origens

As causas exatas do TPB são desconhecidas, porém já existem estudos e estatísticas que evidenciam o fator genético como preponderante.

Os registros de muitos anos de estudo mostram, quase sempre, seu surgimento a partir de eventos traumáticos (reais ou imaginados) na infância, por exemplo, abuso psicológico, físico, sexual, negligência, separações dos pais, orfandade, etc.

Acredita-se também em certa vulnerabilidade do indivíduo que em conjunto com o estresse em seu meio desencadearia o surgimento do transtorno.

Importante salientar que os eventos traumáticos relatados por um portador de TPB, como abuso físico ou psicológico podem ser imaginários e não reais, porém mesmo assim, ajudam a formar a personalidade de uma pessoa.

Contudo, é muito importante não tirar conclusões ou afirmações precipitadas, tais quais: “você foi abusada” ou “você foi torturada”.

Tratamento

Apesar da forte intensidade dos seus sintomas e alternância de estados, com a chegada de certa idade, os sintomas tendem a se reduzir, podendo até mesmo a desaparecer na meia idade.

O tratamento do TPB deve ser individualizado, pois os quadros de seus portadores variam bastante entre si.

Medicamentos, sempre prescritos por um médico psiquiatra, como estabilizadores de humor, antidepressivos e tranquilizantes, a fim de conter os picos de impulsividade e oscilações de humor. Porém, não são totalmente eficazes e apenas amenizam os sistemas mais críticos.

Importante ressaltar que o diagnóstico do TPB só pode ser realizado por um médico psiquiatra qualificado, bem como a prescrição de medicamentos para este fim.

Dissemos no início deste artigo, que seu diagnóstico é difícil e complexo. Isso se dá, pois a visão do portador de TPB é confusa, muitas vezes, além de poder ser irreal ou imaginária. Um portador jamais irá relatar os eventos em sua rotina com exatidão, ou tão pouco, o que efetivamente causa ao meio em que vive.

Um psiquiatra deveria ouvir não somente os relatos de seu paciente, mas principalmente de seus familiares e pessoas de seu convívio para ter melhor clareza em seu diagnóstico.

O uso dos medicamentos receitados pelo psiquiatra para o controle dos sintomas e visitas periódicas ao mesmo para ajustes de dosagem destes medicamentos, ou substituição é fundamental.

Porém, os melhores resultados são obtidos combinando-se o tratamento medicamentoso com a psicoterapia, pois é fundamental que haja uma investigação aprofundada nas causas que contribuíram para o surgimento do TPB.

Assim seu portador, compreendendo a origem das questões que fizeram surgir o TPB, poderá formular melhor suas ideias e realidade, consolidando assim sua maturidade emocional e tomando mais consciência de seus surtos por exemplo, para compreende-los e controla-los melhor.

Com o passar do tempo, poderá ocorrer a redução da medicação, sempre acompanhada pelo psiquiatra, e seu portador ter uma vida muito produtiva e próxima da normalidade.

O apoio, compreensão e participação da família e amigos nesse processo terapêutico também é de grande valia.

Não é fácil a convivência com um portador de TPB. Exige antes de tudo conhecimento, pois um portador muitas vezes não possui condições de compreender a sua condição e o quanto está afetando negativamente as pessoas ao seu redor.

Dicas para que um portador de TPB tenha uma vida melhor:

  • Manter total dedicação ao tratamento medicamentoso. E mediante qualquer anormalidade com a medicação, procurar seu psiquiatra para que ela possa ser reavaliada.
  • Se dedicar e manter regularidade a psicoterapia que deve ser sempre combinada ao tratamento medicamentoso.
  • Preservar uma rotina saudável para o sono.
  • Praticar esportes
  • Terapias complementares como a meditação, podem muito auxiliar no combate a ansiedade e agressividade.

Quer saber mais como a psicanálise poderá lhe auxiliar, ou a um familiar, nesta ou em outras questões?  Entre em contato conosco do Instituto Kundalini, poderemos auxiliá-lo e também por meio de outras várias técnicas e terapias, e teremos o maior prazer em lhe atender.

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