
Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional.
Estudada pelo psicanalista Alemão Herbert J. Freudenberger na década de 1970, esta síndrome afeta amplamente os estados físico, mental e emocional de seus portadores, acarretando normalmente exaustão extrema dos mesmos.
Inicialmente, quando foi estudada, estabeleceu-se a sua relação com pessoas que possuíam profissões que eram submetidas a altos índices de estresse, como médicos, enfermeiras e policiais.
Porém, atualmente, com a competitividade do mercado corporativo, pressão por melhores resultados, aumento de atribuições e responsabilidades, existem portadores desta síndrome em diversas áreas, como executivos, empresários, vendedores, gerentes e principalmente professores.
Alguns psiquiatras defendem a tese de que o excesso de trabalho em si já seria o causador do distúrbio, porém em muitos casos, como o dos professores do ensino público, o próprio ambiente de trabalho já se caracteriza por uma enorme fonte de estresse, em razão da falta de condições adequadas para o exercício de suas funções, violência contra estes que parte tanto dos próprios alunos ou de seus familiares e que não mais estariam ligadas à um aumento da jornada de trabalho.
No caso de profissionais corporativos como diretores, gerentes, executivos e vendedores, a situação é um tanto distinta.
A competitividade no mercado é tão intensa, onde ideias, conceitos, estratégias e tendências mudam a todo instante e sob forte pressão por cumprirem metas e orçamentos cada vez maiores, os fazem passar horas e mais horas trabalhando, em busca do cumprimento de tais metas, que muitas vezes são impostas para que não sejam mesmo cumpridas.
A questão normalmente se agrava, quando este estresse é transferido para outras áreas de sua vida, como, por exemplo, a sua família, ou o seu círculo social.
Em situação normal, uma pessoa que teve um dia difícil em seu trabalho, busca ao final do dia a companhia de sua família, onde poderia obter, além do descanso físico, o próprio prazer de sua presença, funcionado assim como um “bálsamo” para o seu dia ruim, recuperando-se então para o dia seguinte.
Quando a família, por exemplo, passa a ser afetada por esta pessoa, de modo em que o convívio se torna reduzido e ainda, quando ocorre, sua qualidade é ruim, começa aí um ciclo vicioso muito doloroso e perigoso, pois além dos sofrimentos emocionais, a Síndrome de Burnout pode levar a uma séria depressão e em alguns casos, o suicídio.
Sinais de que você pode ser um candidato a Síndrome de Burnout:
- Jornada intensa de trabalho, além dos padrões normais, onde se pode trazer até mesmo “trabalho para casa”.
- Intensa “dedicação”, onde há a necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora, movido por uma espécie de imediatismo.
- Necessidades pessoais são colocadas em segundo plano, como comer, dormir, se divertir, atenção a família.
- Dificuldade ou fuga dos conflitos. Sabe-se que algo não está bem, porém enfrentar os problemas é algo doloroso de certa forma.
- Aversão a conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
- Aversão ao convívio social, e até mesmo o isolamento passa a ser mais prazeroso do que a convivência com familiares ou amigos.
- O sucesso e os resultados do trabalho são as principais preocupações.
- Negar que existe algum problema.
- Alterações de memória, humor e até mesmo agressividade.
- Priorizar a necessidade dos outros, seja para evitar conflitos ou para suprir a autoestima que se encontra em baixa.
- Lamentação e reclamações constantes.
Sintomas da Síndrome de Burnout
O maior problema desta síndrome se encontra em suas manifestações físicas. Uma vez que as características iniciais, acima descritas, se instalam no campo mental e ganham corpo, o indivíduo em grande maioria das vezes não se dá conta disso de maneira consciente e a partir de então, ganham tanta energia psíquica que passam a se manifestar fisicamente, ou seja, no corpo.
Os sintomas físicos mais comuns desta síndrome são:
- Fadiga, cansaço excessivo, físico e mental.
- Dor de cabeça constante.
- Alterações do apetite.
- Insônia.
- Pressão alta.
- Alteração nos batimentos cardíacos, como arritmias.
- Dores musculares.
- Problemas gastrointestinais.
- Queda na imunidade, o que abre portas para doenças oportunistas com maior frequência que o normal, como gripes, resfriados, crises alérgicas e respiratórias, entre outras.
Existe ainda a reação em cadeia associada aos sintomas físicos, pois uma vez que se instalam estes sintomas físicos, acabam agravando os sintomas mentais e emocionais, como:
- Dificuldades de concentração.
- Sentimentos de insegurança.
- Constante negatividade.
- Sentimentos de incompetência, derrota e falta de esperança.
- Alterações repentinas de humor, onde a irritabilidade e até a agressividade se acentuam.
- Crises de ansiedade
- Aumento do isolamento.
- Falta de vontade e desejo até mesmo para as coisas que mais gostava de fazer.
- Perda do desejo e atividade sexual.
Com este quadro instalado por completo, seu portador já está a beira de sua pior condição.
O pior é que neste estágio, seu rendimento profissional é o pior, pois a realização de suas tarefas profissionais, que foram praticamente a origem desta síndrome, agora levam muito mais tempo para serem realizadas, e a preocupação aumenta, e tudo acaba virando um ciclo vicioso que só tende agravar a situação, não somente de seu portador, mas das pessoas de seu convívio, principalmente os familiares.
Em situações mais graves, o quadro poderá avançar para uma depressão e até mesmo para o suicídio, pois a razão de viver, o trabalho, para ele se apresenta como fracasso e vendo seu modelo familiar desmoronar, seu sentido de viver acaba perdendo a razão.
Tratamento da Síndrome de Burnout
Em casos mais graves, onde tanto o mental como o emocional encontram-se muito comprometidos, onde ansiedade, depressão e alterações de humor já estão acentuados, o tratamento deve se iniciar com uma consulta com um médico psiquiatra, que poderá avaliar todo o cenário em detalhes e se for o caso, receitar-lhe medicamentos adequados para a redução e estabilização dos sintomas.
Lembrando que somente um médico psiquiatra pode receitar tais medicamentos.
É fundamental, que mesmo não sendo necessário o uso medicamentos prescritos pelo psiquiatra, procurar um tratamento por meio da psicoterapia, pois é fundamental que haja uma investigação aprofundada nas causas que contribuíram para o surgimento da Síndrome de Burnout e o terapeuta certamente o auxliará, por meio de várias técnicas, a descarregar e combater o seu estresse.
Além do mais, a psicoterapia é uma importante oportunidade para o autoconhecimento, aprimoramento pessoal, autoestima, e ser uma oportunidade para que você desabafe as suas questões e seja ouvido, livre de quaisquer julgamentos ou preconceitos.
Com o passar do tempo, se foi necessário o uso de algum tipo de medicação, será possível reduzir a medicação, sob a supervisão do psiquiatra, e retornar a sua normalidade, talvez até melhor do que antes, com mais experiência e que não o deixarão cair novamente nas mesmas armadilhas.
Recomendações e Dicas Importantes
- Reorganize sua agenda de trabalho, reduzindo as horas de trabalho, atribuições, responsabilidades ou delegando tarefas de que é responsável.
- Retome, aumente e mantenha o convívio saudável com a família e amigos.
- Busque novas atividades para relaxar como a dança, pintura, artesanato, cinema, ou até mesmo um hobby qualquer.
- Mantenha uma agenda regular para praticar exercícios físicos. Qualquer tipo, seja andar de bicicleta, natação, caminhar, correr, etc. Até mesmo o Pilates é uma excelente forma de aliviar o estresse acumulado. O ideal seria inclusive que esta agenda fosse realizada após a jornada de trabalho, pois é mais eficiente.
- Técnicas de meditação e relaxamento proporcionam excelentes resultados também, principalmente para aqueles que possuem problemas de mobilidade ou limitações físicas que os impedem de praticar qualquer tipo de esporte.
- Terapias complementares como o uso de Florais, Aromaterapia, Fitoterapia sob a forma de chás ou banhos, Reiki, Homeopatia, Cromoterapia, ou várias outras, poderão ser grandes aliados em sua recuperação.
- Evite o consumo de álcool e outras drogas, pois são catalizadores de todo este processo físico e mental.
- Valorize e priorize a sua família, pois eles são um bem precioso e serão seus maiores aliados neste processo.
- Não use a falta de tempo como desculpa para nada!! Tudo é questão de prioridade e acredite, sua saúde deve ser sua prioridade!!
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